Maria Brasil sabe o peso da representatividade de seu cargo para inspirar outras mulheres no caminho da liderança
A presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), Maria Brasil, é a primeira mulher de sua história, eleita ao final de 2020, para liderar a instituição. A entidade, que tem 20 anos de existência, é dotada de grande influência ao conduzir questões de âmbito internacional.
Representante do Brasil no G20 – grupo formado por países com as mais expressivas economias do mundo, a Conaje tem participação deliberativa na FIJE (Federação Ibero-Americana de Jovens Empresários) e também no Bloco Mercosul.
Maria tem 29 anos e é especialista em Comunicação Estratégica e Gestão de Marcas pela UFBA. Estudou também na Universidad Europea de Madrid, Instituto Europeu de Design e tem cursos de especialização pela ESPM e New York University e é palestrante TEDx.
Com 36 mil associados, a Conaje é, sem sombra de dúvidas, uma potência no mundo empresarial. Sua trajetória começou como sócia de uma agência antes de se tornar atualmente a CEO da Essence Branding, agência de consultoria voltada à construção de marca, imagem e autoridade de forma humanizada.
“Precisamos atuar com propósitos claros, respeitando o timing que o cliente tem. Por isso me voltei ao capitalismo consciente, que tem uma visão mais humana dos processos empresariais. Como sócia de uma agência anterior, não tinha o resultado que esperava. Hoje, a minha empresa de branding é 100% feminina porque a cultura que implementei ali está alinhada aos assuntos do nosso universo, o que deixaria os homens desconfortáveis no nosso meio”, explica.
O poder do networking
Maria Brasil recorda que, antes de fazer parte da Conaje, uma amiga havia lhe convidado a participar de um café que reuniu jovens empreendedores na Bahia. Na ocasião, seu jeito comunicativo e a bagagem intelectual que já carregava abriu portas para que, posteriormente, se tornasse conselheira da instituição.
Entusiasta do associativismo, Maria Brasil vem de uma família de empreendedores. Seu pai, sua mãe e sua irmã são empresários.
Por isso, aos 23/24 anos, decidiu enveredar também no mundo empresarial. A ascensão de sua carreira, segundo ela, foi porque mesmo tendo enfrentado inúmeros casos de preconceito e machismo, ela tinha a certeza de que nada disso a impediria de chegar aonde queria.
Empreendedorismo e empoderamento feminino
Por ser mulher e imbuída de um cargo de grande representatividade, Maria Brasil tem uma visão clara da importância da mulher empresária na sociedade. “A presença das mulheres em ambientes predominantemente masculinos causa uma profunda transformação da sociedade”, defende.
Para a presidente da Conaje, a mulher que empreende busca autonomia e independência. “Sabemos que nos empregos, muitas sofrem assédio sexual e moral. Outras milhares estão aprisionadas em relacionamentos tóxicos e abusivos por conta de uma dependência financeira do parceiro. Empreender é uma saída muito promissora, pois assim, elas podem ser donas do próprio nariz”, enfatiza.
Maria Brasil tem consciência que a representatividade de seu cargo é inspiração para o meio empresarial feminino.
Quebra de crenças limitantes
Maria Brasil explica quais são as crenças limitantes que ainda impedem a mulher de empreender. Para a presidente da Conaje. o medo do fracasso é o de menos, já que esta seria uma etapa posterior à autossabotagem.
“Infelizmente, muitas mulheres ainda não acreditam na própria capacidade de vencer. É a Síndrome da Impostora que faz com que a mulher não consiga se enxergar como empreendedora. O bloqueio é ela mesma”, afirma categoricamente.
Entre situações de mansplaining e manterrupt (quando o homem explica coisas óbvias ou interrompe a fala de uma mulher) Maria Brasil não se abala e faz valer a sua voz. Seu pioneirismo representa a certeza de que é por meio de uma mulher que o caminho se abre também para outras mulheres.
Fonte: Vanessa Ricarte
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