Psicossomatista explica a relação de ambas com a motivação de cada pessoa
“Não há dúvida de que o tema é muito instigante e traz impulso de querer conhecer como fazer então para ser feliz. Mas um ponto importante nesse contexto é que, ser feliz é absolutamente subjetivo”, diz Vanessa Jaccoud, especialista em psiconeuroendocrinoimunologia e psicossomática no Brasil.
O medo de assumir riscos e responsabilidades na vida pode prejudicar inconscientemente a realização da busca. Isso se chama autossabotagem, quando o indivíduo subestima o merecimento ou a capacidade de ser feliz.
Para a felicidade não há conceito definido, mas temos a ideia de que tem relação com uma sensação em função do que experimentamos em momentos da nossa vida. Sendo assim, cada momento trará um significado de acordo com a maneira que percebemos o mundo, nos relacionamos com ele e como o nosso sistema cognitivo “faz a leitura” do que percebemos.
E aqui, caberia mencionar que nossas crenças, valores, comportamentos e experiência têm fundamental contribuição para essa leitura. Por isso, o autoconhecimento é tão importante para sermos felizes.
Muito embora saibamos que algumas pesquisas mostram que existem características comuns entre as pessoas felizes, não há como definir como “receita para a felicidade” que as pessoas sejam gratas, busquem a espiritualidade e vivam verdadeiramente o presente.
Partindo desse princípio, poderíamos pensar em menor abrangência do termo felicidade, categorizando, como todo ser humano, por exemplo, tendenciosamente gosta de analisar o que percebe. Desta forma, teríamos definições bem mais fáceis de serem apresentadas, como a análise da sua felicidade, da minha felicidade, da felicidade de fulano e assim por diante.
O que é a autossabotagem?
Por definição, o dicionário apresenta a autossabotagem como o processo de sabotagem que alguém faz a si mesmo, falando especialmente das ações que uma pessoa faz, sejam voltadas para outrém ou para si mesmo, as quais acabam por prejudicar a própria pessoa de alguma forma.
Sabemos que diversas motivações podem fazer com que as pessoas coloquem empecilhos para realizar seus sonhos, suas metas, seus objetivos. Essa prática, que acontece de forma inconsciente na maior parte das vezes, é conhecida como autossabotagem.
Para muitas pessoas a possibilidade de ser feliz e conquistar sua autorrealização pode ser assustadora. Por vezes a pessoa se pergunta, mas isso tudo é mesmo para mim? Mereço? Sou mesmo capaz disso?
Contesta por vezes, se alguma outra questão que não percebeu está presente também. Esses sentimentos acontecem vezes inconscientemente outras de forma mais percebida, pois por medo e autoproteção, essa pessoa acaba agindo contra si.
Aliás, podemos entender a autossabotagem como uma autoproteção, uma tentativa de nos preservar para não experienciar um sentimento já conhecido anteriormente, o qual pode estar relacionado com algum trauma, sobretudo com a convivência junto às pessoas cujos traços de personalidade impactaram negativamente na nossa criação e formação, muitas vezes nos levando a crer que temos os mesmos valores e as mesmas crenças.
“O que quero destacar aqui é que o mais importante para encontrar a felicidade em alguns momentos, é saber o que verdadeiramente nos mobiliza por dentro, o que nos faz querer realizar, que nos traz satisfação, bem-estar, conquistas, crescimento, aquisições como imóveis, carros, viagens, projeção de um carreira promissora, reconhecimento como pessoa, profissional, etc… Dá para entender que a noção de felicidade subjetivamente para cada um de nós está diretamente relacionada com que aciona o nosso botão de motivação, nos fazendo sentir esta felicidade jorrar, seja com que fator impulsionador esse botão seja acionado. Recomendo buscar seu autoconhecimento para se relacionar com o que realmente promove essa sensação em você, e, desta forma, ser livre para fazer sempre mais e melhor em sua jornada. Isso te fará “feliz”!, finaliza Vanessa Jaccoud.
Sobre a Drª Vanessa Jaccoud
Psico-Oncologista pela FCMMG- Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais;
Membro Titulada pela SBPO – Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia; Especialista em Psicossomática pela FCMSCSP-Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Membro da ABMP-SP- Associação Brasileira de Medicina Psicossomática;
Psicóloga Clínica;
Fonte: Assessoria
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