O Banco Central anunciou no último mês uma série de novas medidas de segurança e funcionalidades para o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos.
As mudanças entrarão em vigor em 1º de novembro desse ano, e visam aumentar a segurança e a eficiência das transações
Limites de transações para novos dispositivos
A partir de 1º de novembro, o Banco Central introduzirá um limite de R$ 200 por transação para operações iniciadas de dispositivos não previamente cadastrados, como celulares ou computadores. Esse limite também se aplicará a novos dispositivos cadastrados, com um teto diário de R$ 1.000 para transações Pix. A medida é uma resposta às preocupações com segurança, especialmente em relação a fraudes que envolvem o uso de dispositivos roubados ou o acesso a contas por meio de credenciais obtidas ilegalmente. Para evitar essas restrições, os usuários deverão cadastrar seus novos dispositivos junto às instituições financeiras, garantindo assim a continuidade dos serviços sem limitações.
Fortalecimento da segurança e gerenciamento de risco
Para aumentar a segurança do sistema, o Banco Central exigirá que todas as instituições financeiras participantes do Pix implementem soluções robustas de gerenciamento de risco. Estas ferramentas serão responsáveis por analisar o comportamento das transações e identificar atividades atípicas ou suspeitas, que possam indicar fraude. Além disso, os bancos deverão verificar periodicamente, pelo menos a cada seis meses, se os clientes possuem qualquer marcação de suspeita de fraude em seus registros. Isso permitirá que as instituições adotem medidas preventivas, como a aplicação de limites diferenciados ou o bloqueio cautelar de transações suspeitas.
Pix automático: lançamento adiado
O lançamento do Pix Automático, inicialmente previsto para outubro de 2024, foi adiado para 16 de junho de 2025. Essa funcionalidade permitirá que os usuários programem pagamentos recorrentes, como mensalidades escolares, contas de serviços públicos e assinaturas de serviços digitais, de forma automática, através do Pix. O Banco Central espera que essa inovação traga mais comodidade para os consumidores, ao mesmo tempo em que reduz os custos operacionais para as empresas. O Pix Automático eliminará a necessidade de convênios específicos entre bancos e prestadores de serviços, simplificando o processo de cobrança e diminuindo a inadimplência.
"No Pix automático, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo usuário recebedor, que deverá ser necessariamente pessoa jurídica, mediante autorização prévia do usuário pagador. Por sua vez, no Pix agendado recorrente, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo próprio usuário pagador, que poderá ter como destinatário pessoa física ou pessoa jurídica." - Banco Central
Pagamentos por aproximação e expansão do Pix
Outra novidade é a introdução dos pagamentos por aproximação via Pix, que será possível a partir de fevereiro de 2025. Essa tecnologia permitirá que os consumidores realizem transações simplesmente aproximando o celular de uma máquina de pagamentos, utilizando a tecnologia NFC (Near Field Communication). Além disso, será possível cadastrar o Pix em lojas online para pagamentos sem redirecionamento, facilitando ainda mais as compras digitais. O Banco Central também está trabalhando na internacionalização do Pix, com o objetivo de permitir transferências internacionais, o que ampliará significativamente as funcionalidades e o alcance do sistema.
"O Pix por aproximação permitirá a oferta do pagamento instantâneo nas carteiras digitais, as chamadas wallets, sem a necessidade de acesso ao aplicativo da instituição financeira." - Banco Central
Contexto e impacto das mudanças
Desde seu lançamento em novembro de 2020, o Pix tem revolucionado o cenário de pagamentos no Brasil, tornando-se o método de pagamento mais utilizado no país. Com mais de R$ 2 trilhões movimentados mensalmente e cerca de cinco bilhões de operações, o Pix representa 43% de todas as transações financeiras realizadas no Brasil no primeiro trimestre de 2024. As novas medidas do Banco Central visam não apenas proteger os usuários, mas também fortalecer a confiança no sistema, a fim de garantir que ele continue a crescer de forma segura e eficiente.
A introdução de novas funcionalidades e o fortalecimento das medidas de segurança são passos importantes para garantir que o Pix continue a ser uma ferramenta de inclusão financeira e inovação no país.
"Essa medida minimiza a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles utilizados pelo cliente para gerenciar chaves e iniciar transações Pix. Isso dificultará a fraude em que o agente malicioso consegue, por meio de roubo ou de engenharia social, as credenciais, como login e senha, das pessoas." - Banco CentralCurtir (0)