A Magi Collection é a prova de que pessoas não passam pela vida das outras por acaso. As sócias se conheciam desde à infância e foram amigas durante à adolescência. Depois da maternidade, se reuniram para lançar o empreendimento jovial e antenado às ultimas tendências do segmento
Maktub – quem se lembra desse bordão na novela “O Clone”, produzida pela Rede Globo em 2001, recorda o sentido da palavra árabe que quer dizer “escrito nas estrelas”. Encontros e reencontros aconteceriam por uma razão do destino e, nesse caso, foi o que ocorreu após a junção das amigas de infância e adolescência, resultando em um empreendimento no segmento da moda que já conta com grande visibilidade e tende a crescer cada vez mais, em Guaraí, no Tocantins.
Giulia Amanda Vieira Peixoto, tem 25 anos, companheira de Guilherme, com quem tem o pequeno Benício, de 3 aninhos. A amiga e agora sócia, Mariana de Souza Rotta Valença, tem quase a mesma idade (26), casada com.
As sócias da Magi Collection – abreviação simples, elegante e criativa das iniciais de Mariana e Giulia – se conheceram na infância, foram amigas na adolescência, mas as idas e vindas da vida as separou, momentaneamente, quando moraram em cidades diferentes no período de faculdade. “Meu pai era amigo dos tios da Mariana. Nos conhecemos na infância, em churrascos de família, ou a cumprimentava quando a via na rua, em ocasiões assim, pois Guaraí tem 23 mil habitantes, então todo mundo se conhece na cidade”, recorda Giulia.
O interesse de Giulia pelo empreendedorismo começou vendo o pai empreender em Paraíso do Tocantins. Posteriormente, a família se mudou para o Estado do Pará em 2005, ocasião em que empreenderam nessa região, mas resolveram ficar mais próximos dos parentes e se instalaram definitivamente em Guaraí, em 2008.
“Meu pai sempre foi um empreendedor nato. Atuava no ramo do agronegócio, na produção de cereais – arroz, feijão e açúcar, e já foi presidente do Sindicato Rural no passado, antes de partir para o ramo da construção civil. Ele sempre quis algo melhor para a família e se tornou expert em vendas e negociação. Por isso, eu cresci vendo o meu pai trabalhar muito para vencer na vida. É um exemplo e seus ensinamentos ficaram marcados em mim para sempre”, enfatiza Giulia, com muito orgulho.
A caçula era sempre acompanhada e incentivada pelos pais. “Eu era até motivo de ciúmes entre os irmãos”, lembra Giulia, entre risos. Após a separação deles, a empresária continuou a ser estimulada a trabalhar muito para conquistar seus sonhos. O primeiro estágio que despertou o interesse pelo lado administrativo foi no Instituto Euvaldo lodi, o renomado Iel.
“Fui criada no meio da pecuária, entre cavalos e gado. Eu tinha vontade de ser médica veterinária, mas eu sabia, no âmago do meu ser, que eu teria um empresa algum dia, além da minha profissão”. Foi então que, em 2015, Giulia foi estudar em Palmas, Trabalhou durante 2 anos com carteira assinada no ramo do agronegócio. Quando conheceu Guilherme, se apaixonou e pouco tempo depois, engravidou de Benício.
“Mesmo quando eu trabalhava no segmento do agro, eu sempre gostei de moda. Eu fazia provador para lojas de roupas, pois achava algo interessante. Isso despertava a minha atenção, para fazer fotos, construir looks e combinações. Com o surgimento da pandemia, veio a ideia de abrir uma loja online, com estoque pequeno, valores acessíveis e todo público online. Nessa época, eu ainda morava em Palmas, mas quando visitava os meus pais, trazia as roupas para Guaraí para vender”, explica Giulia.
Mariana também carrega o espírito empreendedor de família
Mariana é paranaense, de Mamboré, mas foi para Guaraí com a família há 20 anos. Nessa época, o pai decidiu plantar soja. Com a família toda reunida – mãe, avós, tios-avós e primos – constituíram um lar na cidade.
“Meu pai, desde adolescente, era empreendedor. Enquanto minha mãe permaneceu na atividade agropecuária, meu pai abriu uma fábrica e pré-moldados, além de uma loja de materiais de construção. Mas desde cedo desenhava croquis de roupas e tive a ideia de estudar design de moda. Mas como é um curso que ainda é ofertado apenas nas grandes metrópoles do Brasil, fui para Palmas em 2016, para estudar Arquitetura”, recorda Mariana.
Casada com Rodrigo, a empresária passou pouco tempo na faculdade. Depois de 1 ano engravidou da pequena Laura, hoje com 6 aninhos. “Para mim, foi um balde de água fria ter que parar de estudar e voltar para Guaraí. Eu meio que fiquei sem fazer nada. Foi quando surgiu a ideia de abrir um perfil no Instagram especialmente para compartilhar a maternidade e os momentos da Laura. Com isso, me tornei digital influencer!”, explica Mariana.
Depois da pandemia, a empreendedora recorda que no ano de 2021 a rotina de trabalho no digital foi ficando pesada, e sem o retorno esperado. “A pressão era muito grande. Tinha muitos seguidores, não havia retorno daquele trabalho e não fazia mais sentido ter tantos seguidores. Decidi tocar o ateliê de costura – a Nécessaire Artesanatos e Utilitários. Comecei a venda das peças e fiquei nele até decidir abrir o novo empreendimento com a Giulia”, complementou.
O grande encontro
Depois de 2 anos sem contato, Giulia, que tinha a loja de roupas online, levava as peças para vender na cidade de seus pais. Movidas por gostos parecidos, Mariana se tornou cliente da futura sócia. “Um dia, a Mariana foi até à minha casa e me relatou que tinha a ideia de abrir a loja de roupas. Como já havia a loja online e eu também manifestei o desejo de voltar a morar em Guaraí, perguntei a ela se toparia entrar na sociedade da loja. Eu queria a companhia dela para que nós pudéssemos ganhar juntas, já que temos pensamentos, gostos e estilo parecidos”, explicou Giulia.
Mariana então topou a sociedade no mesmo momento. Elas prosseguiram com a loja online, e no dia 2 de junho desse ano, inauguraram a loja física. “Pensamos em abrir uma loja física para oferecer marcas mais conhecidas, além de ampliar o estoque. Ficamos 3 meses procurando o ponto, calculando custos, pois a cidade é pequena e é difícil encontrar pontos novos. Mas encontramos um que estava quase em acabamento. Conversamos um dia com o proprietário e no outro fechamos o contrato”, relatou Mariana.
As sócias contaram que as pessoas da cidade já as conheciam pela convivência social e redes sociais, em que são muito ativas e possuem projetos paralelos. “Fizemos uma ação bem legal de pré-lançamento da loja. Como a cidade pequena, algumas pessoas ainda são um tanto fechadas. A questão da clientela de outras lojas também pesa porque algumas ainda não tiveram coragem de entrar aqui com medo, mas estamos trabalhando pra mudar essa cultura. Sabemos que muitos querem conhecer mais sobre a gente e o nosso trabalho”, acrescentou Giulia.
Agora, associadas do programa Donas do Negócio, Giulia e Mariana agradecem a oportunidade de conhecer, aprender mais e se conectar com outras empreendedoras na região. “O Donas do Negócio é uma oportunidade diferenciada para nós. Vai nos ajudar em todas as áreas em que enfrentamos dificuldades. É muito gratificante fazer parte do lançamento do programa”, aponta Mariana. “Acabamos de abrir a loja, somos novas, e o fato de poder servir de inspiração para outras empreendedoras é o máximo! Ter pessoas próximas que acreditam na gente e ainda com o interesse de nos aperfeiçoar ainda mais muito gratificante”, complementou Giulia.
A mensagem de otimismo que as sócias deixam é que, mesmo não sendo fácil no começo, com planejamento, ação e foco, é possível concretizar o sonho de empreender. “Depois do plano de negócio pronto, é preciso ter foco e persistência, pois o começo não é fácil. Mas a retribuição de todo o esforço é muito gratificante. Seu sonho pode ser realizado” Não desista na primeira, nem segunda nem na décima adversidade”, finalizou Mariana.
*Por Vanessa Ricarte
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